segunda-feira, 23 de maio de 2011

Qual é o seu papel?

Infelizmente hoje não contarei nenhuma história engraçada de criança, isso porque sinto a necessidade de utilizar meu blog para alertar pais que possivelmente acreditam que estão fazendo o melhor que podem na educação de seus filhos, mas que não percebem a falha que cometem em muitas situações.
Segue abaixo minha análise de alguns momentos onde o amor incondicional faz com que adultos, submetam-se a papeis trocados perante seus filhos.
Outro dia estava em uma loja infantil e me deparei com uma situação muito convencional nos dias de hoje...filhos, mandando em seus pais. Um menino, com idade aparente de dois anos estava FURIOSO, IRRITADO e AGRESSIVO, chorava muito dentro da loja, chamando a atenção de todos, inclusive a minha. O estado emocional da criança beirava a um verdadeiro “ataque de nervos”, isso tudo porque a criança queria um sapato que não era a opção dos seus pais. Observando de longe, percebi que a vendedora tentava acalmá-lo, mostrando inúmeras opções de descontração, entre elas bexigas e brinquedos, mas nada continha aquela criança. Por sua vez seus pais, que mal conseguiram colocar o sapato no filho e, não preciso nem dizer que também não conseguiram fazer com que a criança se acalmasse e voltasse ao seu estado “normal”, pelo contrário, quando eles se dirigiam à criança, ela dava socos e pontapés e eles se olhavam e não tomavam atitude alguma. O ponto final dessa história foi quando a vendedora tentou conversar (pela milésima vez) com a criança e diante do seu ataque de fúria, o menino “pulou” na funcionária tentando dar-lhe um tapa. Qual foi a atitude dos pais? Após uma chamada de atenção singela, pegaram o produto que o filho tanto queria, pagaram, pediram desculpas à vendedora, a criança parou de chorar, e os pais com a cabeça baixa, saíram da loja.  Essa cena durou eternos dez minutos, todos na loja pareciam exaustos e apreensivos, e eu, claro, inconformada. Diante disso, fiquei pensando em quantas possibilidades teriam para que nesse caso, cada um fizesse seu papel. O papel da criança é testar, dos pais, educar. O que faria você leitor? Iria embora e não comprava nada? Comprava o que você julgasse ser melhor para seu filho? Ou teria a mesma atitude do casal citado acima? Talvez, analisando a situação friamente, você teria um comportamento mais adequado do que os pais da história, mas se você buscar em sua memória, provavelmente já tenha feito algo semelhante. Não precisamos ser a super nanny para encontrar o maior erro nessa situação: pais sem autoridade que não sabem dizer não aos seus filhos. E qual é o resultado disso? Filhos que transgridem regras, que não aceitam ser frustrados e que, portanto nunca estarão preparados para serem autônomos, ou seja, donos de suas próprias vidas, com atitudes responsáveis e maduras.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Genial

Começo essa história já pelo título, uma das definições dessa palavra encontrada no dicionário é: “Próprio de um gênio”, o que nomeia com precisão o pensamento do meu personagem principal do conto de hoje. Notem que qualifiquei a história de outra forma, pelo simples fato que dessa vez, infelizmente, não presenciei o acontecido, estou relatando aqui, uma história que ouvi dizer, embora eu conheça o garoto GENIAL, afinal ele faz parte das 450 crianças diferentes que dou aula.
Pedro (confesso que me esforcei para não colocar um nome composto tipo... Pedro Gênio) é um “moleque” com todas as letras, BRINCA, BRIGA e BAGUNÇA, ou seja, um “capetinha” de plantão. Na mesma sala que ele, encontra-se Duda, aquela menina certinha, meiga, linda, doce que toda professora se apaixona. Por incrível que pareça, as duas crianças se adoram.  Duda é a única na sala que consegue fazer com que Pedro faça a atividade ou que ele se controle em momentos de peraltice. Por sua vez, Pedro faz com que Duda seja a única criança que ele se esforça para não magoá-la.
Pois bem, não preciso nem dizer que, os pais de Pedro já foram chamados inúmeras vezes na escola para ouvir da coordenação todas as molecagens que ele diariamente pratica, embora nunca seja novidade, afinal Pedro não tem dupla personalidade e por isso, seus pais o conhecem muito bem, provavelmente melhor do que a escola. Diante do dilema: “Como educar meu filho?”, que provavelmente seja uma questão que todos os pais “normais” se preocupam, o pai de Pedro estava tentando (acredito que ele continua tentando) encontrar uma maneira que fizesse com que seu filho entendesse que tudo tem sua hora, e que não podemos fazer tudo que queremos. Por isso, resolveu chamá-lo para uma conversa: - “Pedro, quando a gente morre, antes de ir para o céu, paramos em um lugar onde temos que contar tudo o que a gente apronta aqui na terra e só depois que a gente contar TUDO, Deus decidirá que podemos ir para o céu”. Aí o Pedro, desesperadamente gritou: - “PAAAI!!! COITADA DA DUDA!!!” . O pai, sem entender o raciocínio, perguntou o porquê e ele respondeu: - “ELA VAI FICAR LÁ PARA SEMPRE, PORQUE ELA NÃO TEM NADA PARA CONTAR!!!”.   
E aí? Está imaginando a cara com que o pai do Pedro ficou?? ...Eu também! (rs).