segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cada um no seu quadrado!

Antigamente os pais deixavam seus filhos nas escolas, confiando que o trabalho seria feito, sem interferir ou mesmo julgar como a escola deveria fazer. E hoje, o que vemos acontecer? Hoje, infelizmente os pais julgam, interferem e digo mais, se portam de maneira audaciosa achando que podem por que pagam (frase constante nas reuniões com a coordenadora), dar palpites, ou melhor, “exigir” que a escola mude determinadas regras, atitudes e até maneiras de ensinar.
Quando um pai resolve colocar seu filho em uma escola, ele procura todas as possíveis instituições de ensino, minuciosamente ele se atenta aos detalhes e após uma maratona de visitas, ele opta por aquela que apresentou a ele maior confiança, que cabe no bolso e de preferência que ofereça dezenas de atividades extra curricular. Como sabemos, devido ao modo de vida (já discutido em outro artigo), cada vez mais a grande maioria das crianças começam a freqüentar escolas desde o berçário, portanto por volta dos seis meses, o que de certa forma, os responsáveis pelas crianças tornam-se mais exigentes. Mas como tem sido o comportamento desses pais diante da escola?
Vejo todos os dias, muitos deles freqüentando as instituições fora do horário de reuniões, por um simples motivo: Fazer reclamações!.Muitas vezes fico me perguntando, será que eles têm tempo de sobra? Se tiverem, por favor, me digam COMO!! Mas do que esses pais tanto reclamam? Será que eles tomaram a decisão errada na escolha da escola ideal para seus filhos? Ou será que eles estão dando palpite onde provavelmente não deveriam? Embora as duas respostas possam ter seu fundo de verdade, vou optar pela segunda, e é claro, esclarecer  minha opinião.
As crianças estão na escola para aprender, instituições sérias, promovem trabalhos competentes, isso significa que os pais não precisam “sugerir” melhores maneiras da escola fazer o seu trabalho. Como diz uma música que embora não tenha conteúdo nenhum, se encaixa perfeitamente ...“cada um no seu quadrado!”. Vale lembrar que a escola educa a criança para o espaço público, ou seja, é lá que se trabalha o coletivo e, portanto, não cabe aos pais exigirem mudanças baseadas apenas no que seria melhor para seu filho. Pensem nisso!!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Você tem tempo de quê?

     Faz um bom tempo que o que mais ouço em meu consultório são mães reclamando de seus filhos. O que antes era comum por volta dos 13 anos, ou seja, início da adolescência, hoje as reclamações nascem praticamente no parto! O que será que tem acontecido?
    Poderíamos elencar uma série de atitudes comprometedoras. Entre elas a nossa agenda cheia, e, portanto falta de tempo com certeza se encontra em primeiro lugar!
    Mas a vida moderna não nos permite ter tempo pra nada, mesmo com tarefas acumuladas continuamos “fazendo encaixes” como se “fôssemos médicos”.  São tantos compromissos que com certeza não damos conta de todos, mas mesmo assim vamos acrescentando tarefas no decorrer da semana, e ao final dela percebemos que estamos exaustos!
   Agora, imaginem a mesma cena, só que com os nossos filhos! É difícil aceitar, mas fazemos isso com as nossas crianças! Enchemos suas agendas de aulas de tudo quanto é espécie... aulas de balé, judô, inglês, kumon, natação, música, violão... assim por diante. Mas, o que fazem com tantas habilidades? Fazem manha, fazem birra, fazem tudo, menos o que a gente espera! E por que isso tem acontecido? O que deixamos para trás? A resposta não poderia ser outra...falta tempo! Falta tempo para conviver com nossas crianças, para aprender com elas a simplicidade da vida, pois elas sempre nos mostram que em pequenos gestos (um sorriso, um carinho, um abraço) temos grandes aprendizados. Falta tempo para que a gente possa ensiná-las que a vida não é só de fantasias, que não podemos ter tudo que queremos, ensiná-las a terem limites e se preocuparem com quem está a sua volta. Falta tempo para as relações! Não me refiro as relações entre namorados, casados...mas sim entre pais e filhos, pois é dessa relação que a criança se transforma, amadurece e  nos mostra o quanto são capazes de reproduzir tudo que nós adultos somos capazes de ensinar!