sexta-feira, 29 de abril de 2011

"Xeque-mate"

Essa não é uma história recente, mas com certeza não fica atrás de nenhuma outra, poderia até me arriscar em dizer que é a melhor de todas que ouvi, ou melhor, que presenciei até hoje. Antes de começar, não posso deixar de citar minha queridíssima cunhada que foi quem refrescou minha memória do relato de hoje...então, vamos ao que interessa...
Retomo dizendo sobre a maravilha do pensamento infantil, que, diga-se de passagem, é como se pudéssemos nos transportar para outro mundo quase real, lembrando que o quase só é para nós meros adultos mortais, porque essa palavra não pertence ao vocabulário infantil! Abaixo caro leitor, supondo que você seja um adulto, e por isso entenderá MAIS OU MENOS o que estou TENTANDO dizer...
Ano passado, estava dando uma aula de filosofia para crianças de seis e sete anos, e como todos sabem, essa aula é um momento de reflexão da criança sobre o seu papel no mundo... hã??!! ...É isso mesmo!! Crianças de seis anos conseguem refletir da forma deles, assuntos complexos para maiores de 18 anos e não posso negar que, muitas vezes a sanidade infantil é melhor do que muitos adultos por aí... bom, mas não vamos entrar nessa questão que daria uma outra história...
Nesse dia, já era a ultima aula que eu daria e provavelmente eu estava um pouco cansada, afinal, não é fácil ser professora de 450 crianças diferentes... Entreguei uma folha para cada aluno e pedi que fizessem um desenho deles mesmos fazendo alguma coisa que gostava muito, mas como já conhecia a “turminha do barulho”, pedi que eles não desenhassem nenhum personagem da TV ou do vídeo game...ok, até aí tudo certo...mas como toda sala tem aquele aluno que o professor nem termina a explicação e ele já vem com a tarefa pronta, nesse dia,  Joãozinho (nome fictício) chegou correndo e disse: - “Profi” , terminei!!. Quando olhei a folha percebi que ele havia desenhado um personagem de vídeo game, que conforme as instruções que eu havia feito, seria expressamente proibido desenhos de personagens, e como se não bastasse eu olhei pra ele e disse: - Esse não é você, você é uma pessoa e o “sonic” é um personagem que só existe na TV!!... Ele olhou bem pra mim, com “cara de interrogação” (não tenho outra expressão que possa  explicar melhor a cara que ele fez) e disse rapidamente : - Ué, eu não poderia estar fantasiado????... 
 - Definitivamente sim! ... foram as únicas palavras que pude dar diante desse “xeque-mate” , que como a própria expressão diz, “pondo fim à partida”.

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