domingo, 10 de julho de 2011

Questão de ponto de vista

     Às vezes me pergunto o motivo pelo qual sou apaixonada por trabalhar em escola, e a resposta não demora a aparecer, sou reforçada diariamente por acontecimentos extraordinários. Talvez para uma pessoa pouco observadora, os momentos inusitados que relato nesse blog, passariam despercebidos, mas confesso que é desses pequenos momentos que faz do meu trabalho algo tão apaixonante.
     Apenas para seu conhecimento leitor, esse “post” conta uma história aparentemente louca se nós adultos por ventura, fizéssemos uma análise, porém com uma pitada de humor e vinda de crianças, torna-se o conto de hoje no mínimo interessante.
    Embora saibamos da imaginação dos nossos pequenos, é difícil acreditar, mas ainda nos surpreendemos com a convicção das crianças, e por uma fração de segundos passamos até duvidar da nossa certeza...confuso né?? Mas vou explicar...
    Cheguei em uma sala de alunos com idade aproximada dos três anos, fizemos uma roda e pedi que cada um fosse falando seu nome. Embora a ansiedade possa ter tomado conta de alguns que não conseguiram esperar a sua vez, a maioria deles cumpriu o combinado... um por vez ia dizendo seu nome...eu sou o João, eu sou a Maria, eu sou a Duda...assim por diante.Quando estávamos quase no final, chegou a vez do último menino, ele era todo comportado, esperou incansavelmente observando com atenção todos os outros colegas da sala, e quando eu perguntei a ele, como era seu nome,  ele me disse: - Eu sou o Batman! Claro que não consegui segurar o riso, e ainda sorrindo, comentei que achava legal ele gostar do Batman, mas que eu estava realmente interessada em saber qual era seu nome verdadeiro... e mais uma vez ele me disse: - Batman!. Olhei para as outras crianças, com o intuito de que elas pudessem me ajudar a explicar ao colega deles o que eu realmente queria saber, mas percebi que a sala como um todo estava me olhando, esperando que eu desse continuidade a atividade que iria ser realizada, e foi nesse segundo, em que a convicção era tanta, que quase acreditei naquela criança, mas rapidamente percebi que ia além disso, percebi que naquela situação apenas eu não havia entendido o que todas as outras crianças puderam perceber: que o “Batman”, não queria mais nada naquele momento além da certeza de ser um super-heroi, e que para mim poderia parecer até loucura, mas para todo o grupo era normal e mais do que isso, em nenhum momento duvidaram ou até mesmo questionaram, afinal, para eles, qual problema teria em ser simplesmente o Batman??!! Portanto, naquela hora descobri que tudo tem seu sentido, depende apenas do ponto de vista.

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